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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Maria vai com as outras - Sylvia Orthof

O que é necessário para uma ovelha dar uma requebrada na vida e modificar todo o seu caminho? Dos textos mais bem comportados de Sylvia Orthof, a história de Maria, que ia sempre com as outras ovelhas, é uma das primeiras delícias que conheci.

O texto é uma fábula contemporânea, arejada
com a precisão de uma lengalenga, com rimas marcando o ritmo e um refrão ecoante, no final de cada situação:
Maria ia sempre com as outras. Ela ia pra baixo, ia pra cima. Ia pro deserto, ia pro pólo sul. Até que as coisas começaram a apertar... Foram todas comer jiló, Maria detestava jiló, mas como as outras ovelhas comiam, Maria comia também.

É neste instante que o narrador se manifesta, com uma simples e enfática exclamação: “Que horror!” E, não-mais-que de repente, Maria pensa pela primeira vez. Bastou? 

Que nada, Maria continua seguindo o rebanho... Até que
vão as ovelhas para o alto do morro do Corcovado e, de lá, saem pulando fofinhas e faceiras pra dentro da lagoa, muito, muito abaixo. Conseguiram? Que nada! E Maria?

A Maria que vemos na ilustração é uma ovelhinha diferente: não tem as pestanas fechadas, nem o sorriso vermelhamente angelical. Ela não é uma ovelha cinza no meio da alvura azulada do rebanho — é, aliás, bem parecida com a maioria. Porém, sofre, como sofre, pega gripe, insolação...
Tudo porque não sabe caminhar por onde quer o seu pé! Sylvia Orthof dá um desfecho simples à história

com um recado sorridente, gracejando leve com os leitores, com as ovelhas e com o narrador. Agora, mé, leia você
o livro e tire suas próprias conclusões!






1 comentários:

Unknown disse...

Adorei seu blog !!!

bjos Priscila

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