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domingo, 5 de setembro de 2010

O desenvolvimento da Escrita e os distúrbios de aprendizagem

Tive o prazer de conhecer Kellen Martins Escaraboto, Psicóloga. Assisti a uma palestra oferecida pelo Sistema de Ensina Maxi, no Hotel Maksoud Plaza.



Kellen iniciou a palestra com a música do Toquinho O caderno, em seguida, conversamos sobre como a criança aprende por meio do erro. O que nos fez pensar: se a criança aprende através do erro, como então, somos capazes de puni-la quando erra? Como podemos ser tão contraditórios?

Desde sempre o homem tenta se comunicar, seja por gestos, desenhos ou escrita. Essa comunicação, que também tem a função de preservar a espécie, tem se tornado cada vez mais eficiente devido à tecnologia. É muito mais fácil digitar do que escrever. É muito mais simples utilizar a linguagem digital (msn) do que a língua culta.

Surge a pergunta: os alunos têm distúrbios na escrita ou não são estimulados a escrever? Os sintomas são muito parecidos. Conforme Kellen, os sintomas para os dois casos são muito parecidos.
 


O desenvolvimento da escrita começa ao 1 ano e meio aproximadamente. A percepção da escrita depende da organização corporal: cima/baixo, esquerda/direita, reta/curva, etc. Daí a importância da educação infantil na vida de uma criança, para que ela desenvolva esses conceitos antes da escrita. A tarefa da escrita é extremamente complexa, por isso ensinamos primeiro a letra bastão.

A criança passa por diversas fases ao segurar o lápis. Cada fase é importante porque assegura o desenvolvimento dos músculo do braço e o equilíbrio neurológico. Quando a criança não passa por esses estágios pode encontrar dificuldades na escrita.


A conceitualização para Distúrbios na Escrita é dificuldades significativas no desenvolvimento das habilidades relacionadas com a escrita. Antes de diagnosticar como Distúrbio da Escrita, é importante excluir:


- Deficiência mental;


- Deficiência visual;


- Deficiência auditiva;


- Deficiência na coordenação motora;


- Escolarização inadequada ou insuficiente.


O distúrbio na escrita pode sr diagnosticado de várias formas:


- Transtornos gramaticais: substituições, omissões ou adesões
- Transtornos fonológicos: substituições de morfemas, fonemas...
- Transtornos vídeo-espacial: disgrafias adquiridas, agrafismos, agramatismo.







A disgrafia é uma desordem de integração visual e motora. Não há relação entre o que se vê e o que se escreve. A pessoa consegue falar e ler, mas não executa os padrões motores, o que difere da dislexia onde o indivíduo escreve e lê errado.






Processos cognitivos envolvendo a escrita

- Planejamento da mensagem;
- Construção sintática;
- Recuperação de elementos léxicos;
- Processos motores.

A Alfabetização é entendida como um processo de aquisição do código gráfico e da língua escrita. Ao escrevermos uma carta passamos por diversos processos:

- decidir o conteúdo;
- decidir como se expressar;
- decidir a estrutura sintática ou gramatical usada;
- decidir o léxico utilizado (rota ortográfica ou visão direta, rota fonológica ou visão indireta);
- decidir a aplicação de regras ortográficas; 
decidir os movimentos gráficos motores.

A concepção de aprendizagem da escrita compreende:

- a compreensão de um sistema de representação;
- envolve uma aprendizagem que coloca diversas questões em ordem conceitual;
- um processo de construção de conhecimento por meio de práticas que têm como ponto de partida o uso da linguagem e a participação nas práticas sociais.

Conforme Cagliari, escrever como se fala não é distúrbio de escrita. Só é possível disgnosticar o distúrbio a partir do 3o. ou 4o. ano.

O que pode ser esperado:

- trocas surdas sonoras;
- representações múltiplas;
- omissões;
- oralidade;
- junção e separação indevida;
- inversões;
- acréscimos;
- outras alterações.










 Texto: Simone Guimarães
Baseado na palestra assistida em 28/08/10 - oferecida pelo Sistema Maxi de Ensino




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