COMO TRABALHAR COM ATIVIDADES DIVERSIFICADAS NA ALFABETIZAÇAO DE JOVENS E ADULTOS
Grupo temático: Alfabetização de Pessoas Jovens e Adultas
Autora: Ozana Aline Barbosa
Instituição: MOVA
Em uma sala de alfabetização de Jovens e Adultos é quase impossível encontrarmos alunos homogêneos, onde o grau de conhecimento dos mesmos seja igual, levando a uma seqüência de aprendizagem tranqüila, já que se isso fosse possível, todos caminhariam juntos. Mas, se nem em uma sala de ensino fundamental isso ocorre, mesmo havendo crianças de mesma idade e que passaram pelo mesmo processo (Pré Escola e Alfabetização), quem dirá em uma sala de adultos, onde cada aluno já tem uma história de vida formada, muitas vezes mais experiência do que o próprio professor. Seria impossível lidar com todos de uma só maneira, tratando de uma mesma atividade.
Ao nos depararmos com uma sala de alfabetização de adultos ê possível encontrarmos alunos pré-silábicos, assim como alunos alfabéticos, mas que não aprenderam a desenvolver seu conhecimento. Quando isso ocorre, o que fará o professor para lidar com todos os níveis de aprendizagem dentro de uma única sala de aula? Se esse professor começar da estaca zero, partindo da alfabetização desde as letras do alfabeto até a formação de palavras, os alunos alfabéticos desistiriam, julgando a sala “muito fraca” para eles. E se o educador partir de textos complexos, leituras e interpretações, os alunos pré-silábicos e até mesmo os silábicos se assustariam, achando que sabem menos do que ele mesmo imaginava, em conseqüência, não voltariam no dia seguinte.
É nesse ponto que entram as “atividades diversificadas”, que consistem em um tipo de trabalho para cada aluno, dependendo do seu nível de conhecimento. O professor poderá, assim, tratar do mesmo tema para todos, pois os alunos adultos, mesmo não conhecendo a escrita e levando em conta a sua experiência de vida, sabem falar e dão suas opiniões criticamente também, sendo que uma discussão sobre o mesmo tema seria muito produtiva, principalmente se esse tema for significativo para eles.
Metodologia
No momento das atividades, o professor segue o roteiro de cada aluno, que terá sua atividade de acordo com o seu nível de aprendizado, assim evitará frustrações.A seguir, tratarei de um exemplo que desenvolvi em minha sala.
Tal atividade teve como tema principal a construção de uma lista de compras. A partir da mesma, uma série de atividades, nas quais cada aluno teve sua atividade adequada ao seu nível de conhecimento, foi desenvolvida, seguindo sempre uma mesma seqüência (assim um aluno não se sentiria inferior ao outro).
Como material, utilizei:
- Um texto de minha autoria, escrito no papel cenário;
- Papel sulfite (onde as atividades para cada nível foram levadas previamente);
- Recortes de folhetos de propaganda de supermercado, com figuras de produtos como leite, achocolatado etc.
- Alfabeto móvel, e
- Tabela com bingo de palavras.
Os objetivos da atividade eram:
- Desenvolver a escrita espontânea do aluno;
- Desenvolver a leitura e
- Desenvolver a memorização.
O que pode ser constatado, ao término da atividade, foi um salto qualitativo com relação ao conhecimento de letras e palavras e suas respectivas potencialidades; as hipóteses e palavras pertencentes ao repertório dos alunos tiveram um salto quantitativo e qualitativo.
Outra notação foi a facilidade de trabalho com esse tipo de atividade, pois com cada aluno tendo a atividade específica ao seu nível de conhecimento, a alocação da atenção pode ser destinada aos educandos que mais necessitavam de um maior auxílio.
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